Líder do governo na Câmara teria sido citado por Bolsonaro em resposta a denúncia na compra da Covaxin. Empresário diz que diretor do ministério pediu US$ 1 por dose da Astrazeneca.
A CPI da Covid aprovou nesta quarta-feira (30) a convocação do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), e do agora ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias. Ao todo, foram aprovadas as convocações de 21 pessoas (confira a lista abaixo).
Servidores do Ministério da Saúde e empresários do ramo farmacêutico também foram atingidos.
Com a medida, os senadores buscam avançar sobre o que chamam de uma nova fase de investigação. A cúpula da CPI avalia que há indícios de "desvio de dinheiro público no âmbito da administração federal", nas palavras do relator Renan Calheiros (MDB-AL).
A convocação do líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara ocorre após depoimento dos irmãos Miranda à CPI (veja vídeo ao final da reportagem). Segundo eles, houve pressão pela liberação da vacina indiana Covaxin, embora a área técnica do Ministério da Saúde tenha constatado irregularidades no contrato.
Indícios de fraude
A suposta pressão e os indícios de fraude foram, segundo esse depoimento, relatados ao presidente Bolsonaro, que teria atribuído o caso ao deputado Ricardo Barros. Bolsonaro confirma ter se reunido com os irmãos, mas nega que eles tenham feito essas denúncias.
Apontado como um dos que pressionaram pela liberação da Covaxin, Roberto Dias foi exonerado na noite desta terça-feira (29), após o jornal "Folha de S. Paulo" publicar entrevista com o representante da Davati Medical Supply no Brasil, Luiz Paulo Dominguetti.
Ao jornal, o empresário disse que o diretor da Saúde pediu propina de US$ 1 por dose da vacina AstraZeneca para a empresa assinar contrato com o ministério. Dominguetti também foi convocado.
Roberto Dias deve prestar depoimento daqui a uma semana, na próxima quarta (7). Para o dia seguinte (8), ficou marcado o depoimento de Ricardo Barros.
A CPI aprovou, ainda, a realização de uma nova oitiva com o deputado Luis Miranda (DEM-DF) na próxima terça-feira (6). A reunião deverá ser secreta, já que Miranda "externou preocupação com a sua integridade física e de sua família".
FONTE: G1 Globo.com
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