Carlos Alberto Feitosa, Filho Dileto de Jaicós | ||||||||
Partindo na tarde entre lacrimosa e chuvosa deste sábado, 21, sua amorável Jaicós mercesiana desceu quase toda para se despedir dele e manifestar pêsames aos seus parentes. | ||||||||
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![]() Helvídio governador, convidou-o para trabalhar consigo no Karnak, como motorista oficial do Gabinete, em tudo repontando a regionalidade de ambos. Chaufeur do governador do Estado, portanto um palaciano da confiança do próprio líder estadual, conquistaria a condição singular de ter servido nessa função aos oito governadores seguintes, independente de cor partidária, da origem subregional do titular, e das muitas injunções que movem os palácios; estes, palcos privilegiados das maranhas do poder. Carlos Alberto gozaria da confiança de tantos governadores e de suas famílias porque certamente logo descobriram nele a pessoa como que nascida para servir com a indispensável discrição no que fazia, via, ouvia. Assim muito leal, e obsequioso, jamais concedeu-se rasgos de babações puxassaquistas com chefes; jamais consentiu em seu círculo de trabalho – nos terraços palacianos e em qualquer lugar – seprocedesse aoaviltamento das liturgias que aureolam o exercício do cargo de governador e de outros tantos das esferas altas da burocracia. De Helvívio a Bona Medeiros, esse chaufeur dos ‘carros número 1 de representação’, “guiou”, pelos caminhos do Piauí, com sua mão moderada, o guidom de Rural, Itamaraty, Veraneio, Landau , Aerowillys, percorrendo caminhos em poeirões , chuvas e atoleiros, nunca declinando de sua gravata belamente ajustada e de seus sapatos brilhando. Um homem simples, que não deixou de sê-lo, pois que, tête-à-tête com figuras proeminentes do poder, não se deixou tomar por aquela fleuma enviesada que, nos espíritos fracos, deforma e submete o juízo, o decoro e a decência. Do Karnak foi para os últimos anos de vida laboral públicajunto ao Tribunal de Contas do Estado. Ali reencontraria velhos e diletos amigos; faria novos. Partindo na tarde entre lacrimosa e chuvosa deste sábado, 21, sua amorável Jaicós mercesiana desceu quase toda para se despedir dele e manifestar pêsames aos seus parentes. À frente dessa caravana de operários da saudade,o prefeito, seu particular amigo e compadre, Frederico Ozanam; junto, irmãs, tios, além de uma profusa legião de primos, aqui juntados numa só consternação aos muitos amigos que fez nesta capital e que o contemplaram, em face, pela última vez. Subiram todos para o Alto da Ressurreição na fé de novos e misteriosos encontros. Se sofreu? Se sofrem os que ficam faltos de sua presença? Sob os céus há tanto mistério ... Ficou Neusa, sua companheira de quatro décadas; ficaram a Mônica, a Lariana e o Carlos Eduardo. Ficaram os amigos, renovaram-se as afeições. O serviço público perdeu um funcionário exemplar, logo nesta era em que parece haver um deserto de homens probos. Seus pais, Maria Evangelista e Otílio Feitosa (do povo dos Inhamuns), cedo partiriam. Carlos nasceu no dia 21 de setembro de 1939, dia inaugural da primavera europeia, e no Brasil de ontem, Dia da Árvore. E, para contextualizar, lembre-se que naquele setembro sua Jaicós e a Europa se assustavamcom o início de uma guerra alemã que afetaria negativamente muitas regiões, à exceção dos EUAN: esta República se faria Império e aproveitaria a ocasião para fazer crescer sua máquina de armas mortíferas e infernizar o mundo com outras guerras até hoje. Sua pujança tem a medida de sua máquina de matar. Mas a Jaicós dos 72 anos carlistas, ao contrário, viveu com um filho seusemeando gestosde perseverança e paz. Fonte: Fonseca Neto é professor da Ufpi - Acessepiauí |
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Homem foi assasinado na Barragem de Bocaina. veja detalhes:
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